Stuttgart Alemanha

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Preciso começar esse post dizendo que Stuttgart é muito especial para mim e para minha família. Foi uma das primeiras cidades da Alemanha que conhecemos e desde 2004, nós voltamos lá várias outras vezes.

Em 2014, meu filho começou a estudar na Universidade de Stuttgart. Ele cursou Engenharia Aeroespacial, graduação e mestrado. Hoje em dia já estou de volta morando no Brasil novamente, mas meus dois filhos, Pedro e Júlia, optaram em ficar na Alemanha. Por isso, visito os dois com frequência, Berlim onde Júlia mora e estuda, e Stuttgart onde Pedro mora e trabalha.

Estarei sempre atualizando esse post, com novidades e dicas sobre Stuttgart.

 

Fatos sobre Stuttgart

Stuttgart é a capital do estado de Baden-Württemberg na Alemanha. É a maior cidade do estado e a 6ª maior cidade da Alemanha. 

Situa-se às margens do rio Neckar. 

Localiza-se no centro de uma área densamente povoada, cercada por várias cidades menores. Esta área chamada de Região de Stuttgart tem uma população de 2,7 milhões de habitantes.

É uma cidade independente (Kreisfreie Stadt), ou seja, possui estatuto de distrito. 

Em 1951, as regiões de Baden e Württemberg são transformadas no estado de Baden-Württemberg. 

A cidade se estende através de várias colinas (muitas delas vinhedos), vales e parques.

Stuttgart fica a cerca de uma hora da Floresta Negra. Do alto da Torre de TV dá até para avistar a floresta.

Stuttgart tem a reputação industrial de "berço do automóvel". Em Stuttgart estão sediadas as indústrias automobilísticas Mercedes-Benz e Porsche, assim como as gigantes de peças automotivas, a Bosch e a Mahle.

O automóvel foi inventado em 1885, por Karl Benz, e posteriormente, industrializado em Stuttgart, em 1887 por Gottlieb DaimlerAugust Maybach, na Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG). Estes dois últimos também foram responsáveis pela fabricação da primeira motocicleta de combustão interna, em 1885.

Em 1888, a esposa de Karl Benz dirigiu o carro (para divulgá-lo!) percorrendo 106 quilômetros. Foi a primeira viagem de longa distância de um automóvel! O caminho que ela percorreu é hoje uma rota considerada Patrimônio Histórico da Alemanha. Se chama Bertha Benz Memorial Route. É uma história muito interessante. Para ver CLIQUE AQUI

    Bertha Benz Memorial Route.

 

Stuttgart possui museus automobilísticos que são espetaculares tanto do lado de fora (arquitetura) quanto por dentro (veículos raros e clássicos).

A cidade foi fortemente danificada durante a Segunda Guerra Mundial.

É sede do Legislativo Estadual, do Parlamento Regional, do Conselho Local e da Igreja Protestante do Estado, assim como uma das duas sedes do bispo da Diocese Católica de Rothemburg-Stuttgart. 

A cidade é o centro de uma das mais fortes regiões econômicas da Europa e é o local mais inovador de alta tecnologia no continente. Pesquisas atuais têm apontado a região com as melhores perspectivas de futuro. Possui uma variedade de estrutura de negócios, que é caracterizado por uma mistura de companhias globais, incluindo muitos líderes do mercado mundial, trabalhadores altamente qualificados e um dos principais cenários de pesquisa e desenvolvimento. Empresas de todas as indústrias e ramos operam na cidade. Tem o mais alto padrão geral de prosperidade de qualquer cidade na Alemanha.

A Bolsa de Valores de Stuttgart é a 2ª maior da Alemanha (depois de Frankfurt). Muitas empresas líderes no setor de serviços financeiros têm sede na cidade, com cerca de 100 institutos de crédito no total (por exemplo, LBBW Bank, Wüstenrot & Württembergische, Allianz Life Assurance).

 

História

  • 950- Há registros de que Stuttgart existe desde esse ano. 

  • 1300- Stuttgart se tornou a residência dos condes de Württemberg, que a expandiram e fizeram dela a capital de seu território. 

  • 1321- Stuttgart foi elevada à categoria de cidade. 

  • 1495- Stuttgart se tornou a capital e residência de duques. 

  • 1805- Napoleão Bonaparte acedeu o estado a reino, tornando Friedrich Wilhelm Karl de duque à 1º Rei de Württemberg. 

  • Depois disso, Württemberg teve mais 3 reis. A Alemanha não era unificada nessa época. Não existia “um país”. Havia vários reinos, governados por seus reis. 

  • 1918- A monarquia foi abolida e houve uma unificação, formando o império alemão. O rei Guilherme II foi o último rei de Württemberg. Em 1918, ele foi deposto do trono junto com os outros governantes alemães, encerrando assim mais de 800 anos de governo da Casa de Württemberg.

 

Museu da Porsche

FOTO

  • Endereço: Porscheplatz 1 – Zuffenhausen Stuttgart
  • O museu fica a 8 Km ao norte do centro de Stuttgart. Dá para chegar facilmente de transporte público. Há uma estação de metrô bem na frente (Estação Neuwirtshaus/Porscheplatz).
  • Horário de Funcionamento: Terça a domingo das 9h às 18h 
  • Preço: 8 euros 
  • Site oficial CLIQUE AQUI

 

 

Escrevi um post detalhado sobre o Museu da Porsche e sobre a história da montadora. Para ver CLIQUE AQUI

 

Origem do Nome

 Bandeira de Stuttgart.

Há registros de que Stuttgart existe desde o ano de 950. Sabe-se que nessa época, essa região foi ocupada para a criação de cavalos de propriedade de Luis Dolf da Suábia, filho do rei dos saxões. Ele enviou seu filho para começar uma criação de cavalos para fortalecer seu exército, e a região de Stuttgart por ser um vale entre montanhas tinha uma topografia perfeita para a criação desses animais. Logo, o nome Stuttgart vem dessa época, Stutten garten que significava jardim de éguasNo ano de 1286, a cidade ganhou um selo, um símbolo representativo, em forma de cavalo, o mesmo símbolo que é usado até hoje.

 

Curiosidade

      

Quando a gente pensa em logotipo de cavalo, logo vem à mente os símbolos da Porsche e da Ferrari. Mas será que isso tem alguma relação com o símbolo de Stuttgart? A resposta é SIM!

A Porsche é de Stuttgart e o símbolo do cavalo é por causa disso. 

Já o cavalo da Ferrari presta homenagem a Francesco Baracca, um renomado piloto de avião italiano da Primeira Guerra Mundial. Baracca era amigo de Enzo Ferrari. O piloto usava um cavalo pintado na lateral do seu avião como um “troféu de guerra”, porque o primeiro avião que ele havia abatido era pilotado por um alemão de Stuttgart. 

Baracca morreu jovem, em combate, em 1918. Cinco anos depois da sua morte, Enzo Ferrari conheceu a mãe de Baracca, e na ocasião, ela sugeriu que ele utilizasse o cavalo como símbolo da Ferrari para homenagear o amigo, argumentando que o cavalo traria sorte.

 

Dialeto Suábio

Na Alemanha existem vários dialetos. No país inteiro, há várias formas diferentes de se falar a língua alemã. O Schwäbisch é um dialeto muito característico da região onde Stuttgart fica localizada.

Stuttgart é apelidada de Schwabenmetropole (metrópole da Suábia), por causa da localização da cidade no centro da Suábia, e como referência ao dialeto falado por seus habitantes nativos. Nesse dialeto, o nome da cidade é pronunciado Schtugert ou Schtuagerd. Ou seja, muitos alemães dizem que é uma língua difícil de entender kkkkk.

 

Schlossplatz, a Praça Central

Schlossplatz (Praça do Palácio) é o coração de Stuttgart. Ela fica bem no centro da cidade. É um lugar vibrante, onde tudo acontece. Mas ao mesmo tempo, é um espaço de parada para relaxamento, para curtir o movimento.

Originalmente, a praça fazia parte de um jardim ducal. A partir de 1746, serviu como campo de exercícios e desfiles militares. Foi só em meados do século 19 que se tornou um parque barroco aberto ao público.

No verão, concertos ao ar livre são realizados aqui. O Festival de Verão de Stuttgart transforma a Praça do Palácio e os Jardins do Palácio Superior em um local iluminado e elegante. 

A Praça do Palácio é bastante ampla, cercada de monumentos, jardins e prédios históricos. Vou falar deles abaixo:

 

Musikpavillon, o Coreto

Um dos símbolos da Schlossplatz é o Musikpavillon, um coreto octogonal feito de ferro erguido em 1871. Durante décadas, serviu de palco para os músicos que ali se apresentavam. Até 1918, eles tocavam todos os domingos, nos desfiles da guarda. As coisas ficaram complicadas durante o período nazista, quando o coreto quase foi derretido como doação de metal para a guerra, mas foi poupado.

 

Coluna do Jubileu

No meio da praça ergue-se a Coluna do Jubileu (Jubiläumssäule), que é um memorial erguido de 1841 a 1846 para comemorar o 25º aniversário do governo e o 60º aniversário do rei Wilhelm I de Württemberg.

  No alto da coluna tem a estátua da Concórdia, deusa da harmonia.

 

Königsbau

O Königsbau (edifício do rei) é um shopping center. É a galeria comercial mais antiga de Stuttgart. Por causa da sua fachada cheia de pilastras, o prédio é chamado de Acrópole da Suábia. Suábia em alemão é schwäbisch, nome da região onde Stuttgart fica. 

Em 1861, o rei Wilhelm mandou construir o Königsbau com base no modelo parisiense. Além de uma sala de concertos e um salão de baile, os comerciantes da corte mantinham ali suas lojas. No prédio também funcionou a primeira sede da bolsa de valores. 

No início, o rei ficou desapontado com o projeto, porque a fachada tinha “apenas” 34 colunas, e ele queria mais. De acordo com a lógica real, quanto mais colunas, maior o esplendor. O arquiteto argumentou que se as colunas fossem em maior número, ficariam muito próximas umas das outras, e as senhoras com suas saias de aro não passariam por entre elas. Com esse argumento, ele conseguiu convencer o rei, e a distância entre as colunas permaneceu em cerca de dois metros.

 

Palácio Novo

Em 1744, o duque Carl Eugen idealizou "uma residência digna do seu status". Essa residência é hoje o Palácio Novo (Neues Schloss). Foi construído entre 1746 e 1807 e serviu de morada para duques e reis de Württemberg até a segunda metade do século 19. A arquitetura, graças ao seu longo período de construção, é uma mistura de barroco, classicismo, rococó e império. Hoje, no palácio funcionam os ministérios do governo estadual de Baden-Württemberg e salas de recepção do Estado. O telhado do Palácio Novo é adornado por 59 estátuas, que simbolicamente representam as virtudes do príncipe, dos militares, das artes, do povo, da agricultura, etc.

 

Galeria Kunstgebäude

A cúpula da Galeria Kunstgebäude se destaca na paisagem da praça, com um veado dourado no topo. Na galeria, acontecem exposições regulares de arte contemporânea organizadas pela Associação de Arte de Württemberg. O edifício original foi destruído na Segunda Guerra Mundial e reconstruído de acordo com os planos do arquiteto alemão Paul Bonatz, o mesmo que projetou a Hauptbahnhof (Estação Central) de Stuttgart.

 

Palácio Velho

Palácio Velho (Altes Schloss) é formado pelos prédios mais antigos de Stuttgart. Datado do século 10, foi originalmente a sede dos primeiros condes e duques de Württemberg. Possui arquitetura medieval e renascentista (século 16). Atualmente abriga o Museu Nacional de Württemberg (Württembergisches Landesmuseum).

 Ano de 2004, nossa primeira vez em Stuttgart, no outono. Olha a cor das folhas! Ao fundo, o Palácio Velho.

 

  Pode entrar no pátio central do Palácio Velho. É grátis.

 

  Torre da Catedral de Stuttgart (evangélica), que fica atrás do Palácio Velho.

 

Schillerplatz

A praça que fica em frente ao Palácio Velho se chama Schillerplatz. Ela é o marco zero de Stuttgart. Foi aqui, ao redor dessa praça medieval, que a cidade começou. Hoje em dia, a praça Schillerplatz é usada todos os anos para festas regionais, como a Festa do Vinho de Stuttgart, e também para o famoso Mercado de Natal.

 Mercado de Natal de Stuttgart.

 

  Tomando Glühwein (vinho quente).

 

 Mercado de Natal da Praça Schillerplatz.

 

Karlsplatz

O Palácio Velho fica entre duas praças, a schillerplatz e a Karlsplatz. A Karlspatz recebeu esse nome em homenagem ao duque Karl Eugen, que governou o país de 1744 a 1793. No centro da praça tem uma estátua equestre do rei Wilhelm I. Um mercado de pulgas é realizado todos os sábados na Karlsplatz.

 

Kunstmuseum

O Kunstmuseum é um Museu de Arte cujo prédio moderno contrasta com a histórica Praça do Palácio. O prédio é um cubo de vidro de 27 m de altura. É difícil acreditar que a parte visível do cubo, com seus 3 andares, cubra apenas um quinto dos 5.000 metros quadrados de espaço expositivo. A maior parte do museu fica no subsolo. A coleção do museu possui mais de 15 000 obras do final do século 18 até os dias atuais, com exemplares dos artistas Otto Dix, Adolf Hölzel, Willi Baumeister, Fritz Winter e Dieter Roth.

 À noite, o museu recebe uma iluminação maravilhosa.

 

Jardins do Palácio Superior (Oberer Schlossgarten)

Do lado esquerdo do Palácio Novo fica um pelo parque, como se fosse um jardim bem grande e bem cuidado. No meio há um agradável lago, o EckenseeNo verão, concertos ao ar livre são realizados aqui. O Festival de Verão de Stuttgart transforma a Praça do Palácio e os Jardins do Palácio Superior em um local iluminado e elegante. Voltados para esse jardim, há prédios históricos importantes de Stuttgart que merecem serem visitados:

O Teatro Estadual abriga o Ópera, o Ballet de Sttutgart e o Schauspiel (pequeno teatro). É o maior teatro de três gêneros da Europa. O edifício em estilo neoclássico foi construído entre 1909 e 1912 pelo arquiteto Max Littmann a mando do rei Wilhelm II como o Teatro da Corte de Württemberg. O Schauspiel foi danificado durante a Segunda Guerra Mundial. Foi demolido e substituído por um novo edifício modernista em 1962.

 Teatro Estadual (Ópera).

 

 Schauspiel.

 

 O Lago Eckensee com o prédio do Schauspiel à esquerda, e o Ópera à direita.

 

Landtag é um prédio de estrutura de aço e janelonas de vidro que chama a atenção. O Landtag é a sede do parlamento estadual de Baden-Württemberg. O prédio foi construído entre 1959 e 1961 pelos arquitetos Viertel, Linde e Heinle, e foi propositadamente projetado em um estilo que não prejudicasse a arquitetura clássica do prédio do Ópera (Teatro Estadual) que ficam ao lado.

 Landtag, sede do parlamento estadual de Baden-Württemberg.

 

Königstrasse

A rua Königstrasse foi criada no início do século 19 durante o reinado de Friedrich, o primeiro rei de Württemberg. Hoje é uma das ruas comerciais mais longas da Alemanha, com 1,2 Km de comprimento. Ela começa em frente à principal estação ferroviária de Stuttgart e atravessa a Praça do Palácio (coração da cidade). É um calçadão de pedestres com muitas lojas, cafés, restaurantes, fontes de água, árvores, quiosques e brinquedos infantis. É uma zona comercial muito movimentada, está sempre cheia de gente.

 Ao fundo, a torre da Estação Central (Hauptbahnhof) com a emblemática estrela da Mercedes no topo.

 Meus pais na rua Königstrasse.

 

Königstrasse 2004 e 2014.

 

No início da rua Königstrasse (onde funciona o centro de informações turísticas "i-Punkt" da Stuttgart Marketing GmbH), já foi o local do Königstor, ou Portão do Rei, antes de os seus restos serem demolidos em 1922.

DICA: As outras ruas, à direita e à esquerda da Königstrasse, como Eberhardstrasse, Stiftstrasse e a elegante Calwer Strasse, são igualmente convidativas e com muitas lojas.

 

A Estação Central e o Projeto Stuttgart 21

A Hauptbahnhof de Stuttgart é um imenso terminal de trens integrado ao sistema de metrôs e ônibus da cidade. É um dos mais importantes terminais da Alemanha. Só que, desde 2010 até os dias de hoje (2024**), os arredores da Estação Central se transformou num imenso canteiro de obras.  

Por trás do megaprojeto de desenvolvimento urbano chamado de “Stuttgart 21” (em referência ao século atual), está um ambicioso programa de infraestrutura no valor de bilhões de euros, no qual o sistema ferroviário da cidade está sendo completamente virado de cabeça para baixo. 

Em 1994, o arquiteto de Düsseldorf, Christoph Ingenhoven, venceu o concurso para a transformação. O projeto Stuttgart 21 consiste em renovar e melhorar o trecho ferroviário Stuttgart-Augsburg, que faz parte da Linha Transeuropeia Paris-Viena. É um projeto grandioso e ambicioso, que envolve a transformação do terminal ferroviário numa estação subterrânea. Além disso, serão construídas 3 estações menores e uma nova linha ligando a estação central ao aeroporto de Stuttgart e à cidade de Ulm, situada cerca de 75 quilômetros de distância. O projeto ainda abrange a construção de 60 quilômetros de túneis através das montanhas da região ao redor. 

 Protótipo do projeto quando estiver pronto.

O que mais impressiona é que essa mega obra acontece com a estação em plena operação, funcionando normalmente! 

O projeto foi anunciado oficialmente em abril de 1994. As obras começaram em fevereiro de 2010, com estimativa de gastos de 4 bilhões de euros. Dois anos depois, a estimativa chegou a 6,5 bilhões de euros. Em 2022, a Deutsche Bahn estimou o custo total em 9 bilhões de euros e isso gerou um debate político acalorado em toda a Alemanha, sobre várias questões, incluindo os custos, o desempenho da obra, os reais benefícios para a população e sobre as preocupações geológicas e ambientais. 

Dizem por lá que se a DB fosse uma companhia privada, já teria suspendido o projeto Stuttgart 21 há muito tempo. Mas a construção continua, e no fim das contas, quem pagará por tudo será o contribuinte. Há anos, essa é uma forte discussão política na Alemanha.

A obra deve terminar em dezembro de 2025, bem atrasada de acordo com a estimativa inicial.

 

A estação original

No início do projeto, ninguém se atinou ao fato de que grande parte da estação antiga seria demolida. Com as obras em andamento, esse fato virou assunto de debate histórico-cultural. A Unesco, órgão que protege monumentos históricos, apelou para que o complexo fosse preservado. 

A estação original é um projeto de 1911 do arquiteto e professor universitário de Stuttgart Paul Bonatz junto com Fritz Scholer. O edifício mostra formas cúbicas e monumentais, com a fachada que lembra o Palazzo Vecchio em Florença. Era a época do cubismo, do futurismo e do dadaísmo. A construção durou até 1928, porque teve que ser interrompida durante a Primeira Guerra Mundial. Durante a Segunda Guerra, a estação foi bombardeada e teve que ser reconstruída, e a reforma feita trazia características do pós-guerra. 

 A estação original, como a torre de 56 metros de altura.

 

 Hall de entrada da Estação Central original.

 

A Biblioteca Pública

Endereço: Mailänder Platz – GRÁTIS

A Stadtbibliothek é um ótimo passeio gratuito para se fazer em Stuttgart. A biblioteca fica em um prédio de arquitetura elegante e no topo, há um terraço com agradável vista para a cidade. 

A biblioteca recebe cerca de 2 milhões de visitantes por ano.

O prédio em forma de cubo foi o resultado de uma competição internacional em 1999, vencida pelo arquiteto coreano Eun Young Yi, como parte do plano para revigorar o Europaviertel, bairro onde fica. A biblioteca fica perto da Estação Central, área que está sendo revitalizada de acordo com o Projeto Stuttgart 21, que já falei acima.

A biblioteca foi construída em 2011 e reúne todas as bibliotecas antigas da cidade em um único edifício. O seu custo foi de 80 milhões de euros! 

Em 2013 foi eleita a biblioteca do ano. É a biblioteca mais moderna da Alemanha e uma das mais modernas do mundo.

O edifício em forma de cubo tem 40 metros de altura, com uma aparência muito interessante e original. Em cada lado do cubo, há uma entrada. Nos 4 primeiros andares, há um espaço central oco, vazio, chamado de "coração".

A partir do 5º andar, vem a biblioteca propriamente dito. Por dentro, o prédio é espaçoso, clean, todo branquinho. Possui 2 andares subterrâneos e 9 acima do solo. O ambiente é bastante convidativo.

A coleção é muito interativa e o material exposto é muito bem organizado. O visitante pode pegar um livro e relaxar em suas múltiplas salas de leitura, ou usar os computadores com internet de alta velocidade. A biblioteca oferece mais de meio milhão de mídias e filmes. Há material de áudio em vários idiomas, e também é possível compor no estúdio de som da biblioteca de música, bem como digitalizar discos!

No 8º andar, tem uma cafeteria (a LesBar) e um terraço externo com uma bela vista. Ótimo lugar para estudar ou fazer uma pausa no dia de passeios pela cidade.

Por fora, à noite, a modernidade fica por conta da iluminação de suas janelas, com luz azul formando diferentes desenhos. 

O sistema de retirada e devolução de material emprestado é todo digitalizado e computadorizado. A reposição dos livros nas prateleiras é feita por robôs. Estando do lado de fora do prédio (na rua), é possível ver todo o mecanismo funcionando, através da fachada de vidro. É muito legal.

 

Milaneo Shopping

O Shopping Milaneo fica em frente a biblioteca pública que mostrei acima. Está situado na praça Mailänder Platz, que foi criada durante o moderno projeto de desenvolvimento urbano chamado de Stuttgart 21.

A praça que fica no térreo do shopping, no lado de fora, ao ar livre, é muito agradável. É um espaço de convivência super convidativo, com bancos, playground e restaurantes. Já passei alguns momentos sentada ali, no fim de tarde, e posso garantir que realmente é um lugar bastante agradável. Recomendo.

Agora vamos falar do interior do shopping. Ok, você pode pensar assim: shopping é shopping; é tudo igual, e não é ponto turístico. Em partes, isso é verdade. No Milaneo tem várias lojas que podemos encontrar nas ruas também. Porém, é um lugar diferente e eu acho sim que vale a pena ser visitado e eu explico o porquê.

Construído em 2013, o Shopping Milaneo é um complexo de 3 edifícios: um de moradia, um de escritórios e um hotel. A TBI Architecture & Engineering que projetou o complexo, venceu o concurso internacional de Conceito de Design de Interiores. Passeando pelo shopping a gente vive experiências espaciais interessantes. Cada edifício contém um núcleo central, formado por um ou dois grandes átrios. Os 3 temas especiais de design (natureza, urbano e moderno) são atribuídos a cada átrio e criam experiências diferentes e interessantes através dos ambientes.

 

Torre de TV de Stuttgart

  • Endereço: Jahnstraße 120
  • Preço: 9 € por pessoa 

Subir na Torre de TV de Stuttgart é um programa imperdível. A Fernsehturm é uma torre de telecomunicações de 217 metros de altura. Ela pode ser vista de diversos pontos da cidade. 

Foi a primeira torre de telecomunicações do mundo construída a partir de concreto armado, sendo por isso, modelo e referência para todas as outras construídas depois dela pelo mundo.

No início, a construção da torre foi controversa. Os críticos se opuseram ao novo método de construção e ao seu alto custo. As obras começaram em 1954 e durou 20 meses. A torre foi inaugurada em 5 de fevereiro de 1956 pela Süddeutscher Rundfunk (hoje Südwestrundfunk - SWR). 

Rapidamente, a torre se tornou um marco turístico de Stuttgart, e com tantos visitantes, a receita arrecadada “pagou” os custos da obra em apenas cinco anos.

Para subir até a plataforma de observação é necessário comprar ingresso que custa 9 euros por pessoa. A subida é feita através de um elevador. Lá do alto, a gente tem uma vista completa de Stuttgart, dos vinhedos e das florestas ao redor, inclusive da Floresta Negra. 

   No topo há uma cafeteria.

 

 A plataforma de observação é ao ar livre, no terraço que fica acima da cafeteria.

 

A torre fica na região sul da cidade, em uma área mais afastada do centro, mas dá pra chegar facilmente de transporte público. Se for de carro, tem um estacionamento gratuito no local. Na base da torre também tem um restaurante.

Eu e minha família já estivemos na torre de Stuttgart algumas vezes, porque meu filho mora na cidade e sempre que é possível, nós o visitamos. Então tenho uma boa dica: suba no topo da torre durante o pôr-do sol, é magnífico! Ver a cidade toda iluminada à noite é bem bonito também.

 Essa foto é de quando visitamos Stuttgart pela 1ª vez, em 2004.

 

Teehaus im Weissenburg Park

Endereço: Hohenheimer Str. 119 

Um lugar lindo para admirar Stuttgart do alto é a Teehaus. O parque Weisseburg é um destino turístico muito popular. No início, o lugar era uma vila privada que depois, foi aberta ao público.

Apesar do nome significar “Casa de Chá”, na verdade lá funciona uma cafeteria e restaurante bem bonito, com arquitetura Art Nouveau, terraço, lagoa e fonte de água.

A Teehaus fica em uma pequena montanha, de onde se pode ver o centro da cidade do topo. Uma visão incrível! Um lugar que oferece relaxamento e hospitalidade perto do centro histórico.

 

Mirante de Wielandshöhe

Endereço: Alte Weinsteige 77 - GRÁTIS

Stuttgart é cheia de mirantes de onde podemos apreciar belas vistas da cidade. Em dias ensolarados, o mirante de Wielandshöhe é um ótimo passeio para se fazer em família, com caminhadas ou piqueniques. É fácil chegar: Basta pegar um pequeno bonde funicular que sai da Praça Marienplatz.

O trem que a gente pega pra subir se chama "Zahnradbahn" ou "Zacke" (Zacke é um apelido). O Zacke liga a Marienplatz (parte baixa) com o Degerloch (parte alta), que é o bairro adjacente a Fernseherturm (Torre de TV).

 O Zacke (amarelo) na Praça Marienplatz.

 

Parque Höhenpark e a Torre Killesberg

  • O parque abre 24 horas por dia. A torre fecha ao entardecer. Preço: 1 Euro. Dá para chegar facilmente de transporte público.

A Torre Killesberg fica no ponto mais alto do parque Höhenpark e oferece uma vista ampla da cidade. O parque faz parte do "U Verde", um corredor verde em forma de U de 8 quilômetros de extensão, que conecta 6 parques em Stuttgart. A torre é o ponto de partida e chegada de muitas trilhas de caminhadas. 

                            A Torre Killesberg é visível de muitos lugares do parque. 

A torre em parafuso de 42 metros de altura tem construção arrojada de rede de aço, possui 4 plataformas de observação e os visitantes são suavemente balançados para frente e para trás a cada passo nas escadas. 

Em cada um dos 348 degraus há uma particularidade: a torre foi construída com dinheiro de doação. Cada doador teve seu nome gravado em uma pequena placa de aço presente em um degrau. Cerca de 40% dos custos de construção foram arrecadados dessa forma. Em 2001, a torre foi aberta ao público. 

O parque é um oásis no meio da cidade. Oferece uma grande variedade de entretenimento, desde jogos para crianças, circos, eventos sazonais, restaurante, biergardens, exposição de animais, lagoas, jardim botânico e a torre. Além disso, há um trenzinho que percorre os 50 hectares do parque. 

 

Funicular de Heslach e o Cemitério da Floresta

  • Ponto de Partida: Praça Südheimer Platz 
  • Horário de funcionamento: diariamente das 9h10 às 17h50 a cada 20 minutos. 
  • Preço: 1,80 €. Os bilhetes podem ser comprados nas máquinas de venda automática na estação.
  • A viagem é curta e rápida. O percurso é de 550 metros e dura apenas 4 minutos, mas é uma experiência incrível. Ele sobre 110 metros de altitude.

O funicular (Standseilbahn) do distrito de Heslach é uma verdadeira relíquia. Os dois vagões históricos de madeira são conectados um ao outro por um longo cabo de aço. Quase silenciosamente, um desliza para cima nos trilhos, enquanto o outro desce. Os vagões são tombados pelo patrimônio histórico. Desde 1929, eles transportam passageiros da praça Südheimer Platz até o cemitério florestal (Waldfriedhof), que fica no topo da colina. 

Os vagões de madeira com acessórios de latão e placas de esmalte estão preservados em sua forma original. O funicular é puxado por um cabo de tração e é operado pela Stuttgarter Straßenbahnen AG (SSB). Quando a ferrovia entrou em operação em 1929, foi o primeiro funicular da Alemanha com controle automático. Os atendentes só precisavam apertar um botão para sair, todo o resto acontecia sozinho.

Assim que chega na estação da montanha, o visitante se quiser, pode caminhar pelo Cemitério da Floresta. Nele estão enterradas várias celebridades, incluindo o ex-presidente alemão Theodor Heuss e o artista Otto Herbert Hajek. No cemitério há um bosque de honra para os mortos da Primeira Guerra Mundial, obra de Paul Bonatz. Os túmulos dos mortos da Segunda Guerra Mundial são decorados com uma grande escultura do escultor de Stuttgart Fritz von Graevenitz.

Ana Cassiano

Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.

MMorei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.orei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.